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Motorista por aplicativo cancela corrida após observar que passageiro era usuário de cadeira de rodas

 


Agência GR7 Notícias - Ana Pastana

MANAUS - O jovem que preferiu não ter o nome divulgado (ao longo da matéria usaremos o nome fictício de Daniel), de 20 anos, foi vítima de discriminação após solicitar um motorista por aplicativo. De acordo com relatos da tia do rapaz, Amanda, não é a primeira vez que motoristas se recusam a levar o jovem. O último ocorrido aconteceu no dia 31 de março, quando um motorista informou que iria cancelar a corrida após observar que o passageiro se tratava de uma Pessoa com Deficiência (PCD).

Daniel, foi diagnosticado ainda na gestação com uma má formação na coluna, identificada como mielomeningocele. Apesar da deficiência, a necessidade especial nunca foi um problema para o jovem. Estudante de direito e menor aprendiz na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), Daniel sonha em ser juiz e a principal motivação para alcançar o cargo é a vasta falta de respeito que enfrenta todos os dias. “Ele não vai ser advogado, ele estuda direito para ser promotor ou juiz. Ele diz que se não respeitarem ele pela condição, vão respeita-lo pela posição!", disse a tia.

No dia 31 de março, a mãe de Daniel, que também preferiu não se identificar, solicitou uma corrida por aplicativo para que o filho pudesse chegar ao trabalho. O motorista identificado apenas como Cristiano, ao chegar no local, observou que o passageiro se tratava de um usuário de cadeira de rodas e informou que a cadeira não caberia na mala do carro, modelo Gol. A mãe insistiu, mas o motorista se negou a aceitar a corrida. Em seguida, o suporte técnico da empresa notificou a responsável de Daniel informando que a corrida teria sido cancelada pois o passageiro estaria sem o uso de máscara.

Como já citado, não é a primeira vez que o jovem sofre com cancelamento de corridas, segundo a tia, os cancelamentos são feitos após a irmã, mãe de Daniel, informar que o rapaz é usuário de cadeira de rodas.

A equipe de reportagem da Agência GR7 Notícias entrou em contato com a assessoria da Uber para solicitar um posicionamento da empresa, levando em consideração que a família sofre frequentemente com a rejeição dos motoristas. De acordo com a plataforma, o motorista em questão foi localizado pela equipe de suporte e teve a conta banida. A empresa também entrou em contato com os familiares de Daniel para pedir desculpas. A família aceitou o pedido mas informou que medidas cabíveis serão tomadas. 

Vale ressaltar que a pratica de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e afins, é crime, com pena de um a três anos de reclusão.

Veja a nota na íntegra: 

A Uber possui uma política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo. A conta do motorista em questão foi desativada da plataforma e a empresa permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei. 

A empresa defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o nosso app. A Uber fornece diversos materiais informativos a motoristas parceiros sobre como tratar cada usuário com cordialidade e temos como política que os motoristas parceiros cumpram a legislação que rege o transporte de pessoas com deficiência.

Nos casos em que usuários sentirem que o tratamento dado pelo parceiro não foi respeitoso, ou que desrespeitou os termos da lei, ressaltamos sempre a importância de reportarem esses incidentes à Uber, para que possamos tomar as medidas necessárias.

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