GR7 NOTÍCIAS

Caso Flordelis | Conselho de ética acompanha relator que se baseou em falas e ignorou provas de defesa

 

Agência GR7 Notícias 

MANAUS - O Conselho de Ética da Câmara aprovou por 16 votos a 1, a cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), nesta terça-feira, 8. Os deputados aprovaram o relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), apresentado na última semana. O único deputado que votou a favor de Flordelis foi Márcio Labre (PSL-RJ). O plenário da Casa ainda precisa dar a palavra final na decisão.

O Relator do Conselho de Ética da Câmara Federal, Alexandre Leite (DEM), deu parecer favorável à cassação do mandato da parlamentar que não foi julgada e possuí ficha limpa. No dia primeiro de junho, o relator usou argumentos de delegados sem provas contundentes e sem levar em consideração as testemunhas de defesa, para conceder parecer favorável à cassação do mandato da deputada. Em entrevista exclusiva para a Agência GR7 Notícias, a parlamentar disse que o relator se baseou em mentiras. “Esse não é o fim, esse resultado não é o fim, a luta continua. O relator fez o voto dele em cima de mentiras, de inverdades”, afirmou Flordelis.


Para que Flordelis perca o mandato são necessários 257 votos. “A certeza que eu tenho nisso tudo é que eu não matei, e nem mandei matar, essa certeza está comigo e vai permanecer comigo. Eu ainda acredito no plenário, eu acredito nos meus pares, eu acredito que tudo será esclarecido”, diz. Ainda não há data para a votação e Flordelis poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, mas a parlamentar afirma que todas as provas já foram apresentadas, inclusive, nas vésperas da apresentação do relatório, o relator não aceitou provas apresentadas pelo advogado de defesa. “Foi dito hoje na Comissão de Ética pelo relator que eu ainda vou apresentar provas, nós apresentamos uma prova na véspera dele apresentar o relatório e ele indeferiu, ele não aceitou a prova que nós apresentamos, rejeitou a prova que o meu advogado de defesa apresentou. E as provas, não vou atrás de provas, eu já tenho comigo”, disse.

Sem ser julgada pela justiça, Flordelis foi perseguida e pressionada nas mídias. Durante todo o processo do caso, mesmo com a filha biológica, Simone dos Santos, ter confessado ser a mandante do assassinato, a parlamentar enfrentou outra batalha fora dos tribunais: as acusações de terceiros, que tem como objetivo desgastar a imagem da deputada, insinuando, sem provas, a participação da pastora no crime.

Com uma história de vida inspiradora, admirada e contada diversas vezes pelo próprio pastor Anderson, Flordelis é mãe de 55 filhos, cantora gospel, pastora, mulher, negra e eleita deputada federal como a mulher mais votada do Rio de Janeiro. A parlamentar pode perder o mandato, mesmo ser ter sido sentenciada.

Abalada com todos os acontecimentos, Flordelis não parou os trabalhos e encontrou forças para continuar exercendo a função de parlamentar e há pouco tempo retomou as atividades como cantora gospel. Em meio ao caos, sendo xingada, caluniada, difamada, sendo vítima de Fake News e tendo que usar as redes sociais para se defender, a pastora segue convicta da inocência e acredita que a verdade prevalecerá.

Por outro lado

O único deputado que votou a favor de Flordelis foi Márcio Labre (PSL), de acordo com ele. "Entendo que essa casa não deveria antes do judiciário proferir a sentença da deputada, essa casa não deveria fazer juízo de valor sobre a sua permanência ou não no parlamentar", disse o deputado em sessão no plenário. 

Por ser suspeita no crime de homicídio do pastor Anderson do Carmo, mesmo sem provas que possam provar a participação da pastora no crime e sem ter sido julgada pela justiça, Flordelis corre o risco de ter o mandato cassado. De acordo com o deputado, isso não poderia acontecer. "Não tenho condições de afirmar se a deputada Flordelis é ou não culpada, mas tenho condições de afirmar que essa casa não pode passar por cima de uma decisão judicial envolvendo um crime, inclusive, de alta gravidade. ela irá a jure popular e no meu entender, ela deveria ser julgada nessa casa após esse julgamento. Então está justificado o meu posicionamento que não entra no mérito se ela é ou não autora ou mandante do homicídio" concluiu. 

Nenhum comentário