Bolsonaro envia ao TSE resposta sobre acusações contra as urnas, sem apresentar provas
O presidente Jair Bolsonaro enviou na terça-feira, 3, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma resposta sobre as acusações que vem fazendo contra as urnas eletrônicas, mas não apresentou provas de fraudes.
O corregedor do tribunal, ministro Luís Felipe Salomão, havia pedido que Bolsonaro apresentasse esclarecimentos sobre as acusações.
O prazo para o presidente se manifestar venceu na segunda-feira, 2.
Na resposta, Bolsonaro não apresentou elementos que fundamentem fraude ou irregularidade no modelo eleitoral brasileiro. Ele repetiu argumentações que tem feito nos últimos dias, a favor do voto impresso, que já foram rebatidas por autoridades da Justiça Eleitoral.
Bolsonaro citou uma audiência pública, organizada pela Justiça Eleitoral em 2018, em que alguns palestrantes defenderam o voto impresso.
"O tema, como sabido, é bastante inquietante perante a sociedade brasileira e foi inclusive objeto de audiência pública no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral", argumentou Bolsonaro.
"Reitera-se, não se está a atacar propriamente a segurança das urnas eletrônica, mas, sim, a necessidade de se viabilizar uma efetiva auditagem", voltou a afirmar o presidente.
Autoridades da Justiça Eleitoral já esclareceram, reiteradas vezes nos últimos dias, que a urna eletrônica é auditável e que a apuração é mais segura feita eletronicamente do que com papel.
Na segunda, na abertura do semestre no TSE, o presidente da Corte, ministro Luis Roberto Barroso, fez discurso em que disse que a adoção do voto impresso "não é contenção adequada para o golpismo".
Ao se dirigir aos demais ministros do tribunal, o presidente da Corte afirmou ser um "equívoco" e uma "fantasia" afirmar que há fraudes no sistema eleitoral.
"Nos Estados Unidos, por exemplo, insuflados pelo presidente derrotado, 50% dos republicanos acreditam que a inequívoca vitória do presidente Biden foi fraudada. Essas narrativas, fundadas na mentira e em teorias conspiratórias, destinam-se precisamente a pavimentar o caminho da quebra da legalidade constitucional", afirmou Barroso.
O próprio Bolsonaro, em uma live na semana passada, admitiu não ter provas.
(*) Com informações do G1
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