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Liesa prepara evento-teste do carnaval no Rio para novembro

Com o avanço da vacinação na capital carioca, conforme divulgado no calendário da prefeitura, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) já conta com a possibilidade de realizar um evento-teste para o Carnaval 2022. A execução do projeto está prevista para novembro deste ano, segundo o presidente da organização, Jorge Perlingeiro. 

Com a Liesa pensando em realizar os desfiles de Carnaval de 2022 nos dias 27 e 28 de fevereiro, as agremiações se preparam para retornar aos barracões. A Cidade do Samba estava interditada desde janeiro por ordem da Justiça e deveria ficar fechada até que as instalações passassem por ajustes para minimizar os riscos de incêndios.

A Liga espera que as escolas de samba possam retomar os trabalhos após o aval do Ministério Público do Estado (MPRJ) e afirma ter cumprido as exigências. O Corpo de Bombeiros no Estado do Rio de Janeiro informou que já liberou o acesso. Em nota, o MPRJ divulgou que, em março, a Promotoria verificou apenas a adoção de reparos paliativos feitos pela Liga.

Na última semana, a RIOTUR realizou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Corpo de Bombeiros para regularizar o local de acordo com um cronograma estipulado. O laudo de exigências, no entanto, só está previsto para ser entregue em dezembro.

O MPRJ informou, em nota, que ainda não foi intimado para se manifestar sobre o TAC, e ainda não analisou o documento. Dessa forma, o órgão não consegue determinar a data em que a Cidade do Samba será considerada apta para reabertura.

O presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, espera uma resposta sobre a reabertura do local ainda essa semana. Ele também disse que a assinatura do contrato com a prefeitura para a liberação de verba para as escolas deve acontecer em julho.

“Estamos na fase final. Eu assumi há três meses a presidência da Liesa, mas já estou na casa desde a fundação, há 37 anos. E foi uma das primeiras medidas que eu e a nossa diretoria tomamos, foi no sentido da desinterdição. Vistorias anteriores condenaram a cidade do samba. Conseguimos cumprir as exigências colocadas pelos Bombeiros, compramos peças, fizemos rotas de fuga, pinturas. Conseguimos que os Bombeiros nos dessem o aval do nada opor. Mandamos para o Ministério Público e já está com o desembargador”, afirma. 

O vice-presidente da Portela, Fábio Pavão, afirmou que, mesmo com menos tempo de preparação do que o usual, a agremiação está bem adiantada. Em entrevista à CNN, ele afirmou que isso foi possível porque havia a expectativa de realizar um Carnaval em junho deste ano, o que não aconteceu. “Não estamos começando do zero. Já tínhamos o planejamento para o Carnaval de junho. Já temos o enredo, a disputa de samba já está para acontecer nos próximos meses e os carnavalescos já têm os protótipos.”

Pavão afirmou também que uma das medidas tomadas pela escola é permitir a inscrição para desfilar apenas de quem já recebeu as duas doses da vacina. A Portela também avalia a possibilidade de fazer os ensaios de forma escalonada com pequenos grupos.

A Grande Rio também afirmou que está em dia com o calendário planejado. O carnavalesco Leonardo Bora explicou que a concepção e desenho dos carros alegóricos e fantasias é possível de ser feita à distância e não precisa ser feita na Cidade do Samba. Mas o carnavalesco ressalta a importância de retornar aos barracões para fazer o próximo desfile possível. 

“O complexo de barracões passou meses fechado, então, antes de mais nada, será preciso organizar os espaços de trabalho. É difícil vislumbrar um horizonte quando ainda estamos dentro do furacão. Por enquanto, as dimensões do próximo desfile estão em aberto, então trabalhamos sem perder de vista que será exigida uma maior plasticidade criativa”, esclareceu Bora.

Já o presidente da São Clemente, Renato Almeida, afirmou que o mais importante para a escola é a saúde e que a preparação para o Carnaval de 2022 depende, principalmente, da liberação dos barracões para iniciar o trabalho. 

“Em primeiro lugar precisamos entrar na Cidade do Samba, que está interditada. É um processo complicado, precisamos desmontar os carros e isso tem um custo. Assim como teríamos que ter verba para poder contratar mais funcionários para trabalhar no barracão, dia e noite. Aumentar o número de escultores, mecânicos de carros, costureiras, ferreiros etc. É claro que tudo isso teríamos que fazer com aval da vigilância sanitária, seguir as normas de segurança", concluiu.

 

(*) Com informações da CNN.

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