IPCA-15: prévia da inflação oficial fica em 0,83% em junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),
que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,83% em junho, 0,39
ponto percentual (p.p.) acima da taxa de maio (0,44%), conforme divulgado nesta
sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, mais de um terço da taxa registrada em
junho é derivada das altas na gasolina e na energia elétrica.
No ano, o indicador acumula alta de 4,13% e, em 12 meses, de
8,13%, acima dos 7,27% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O
índice é superior ao teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação
deste ano, que é de 5,25%.
Pressão da energia elétrica e gasolina
Entre os grupos de produtos e serviços analisados para a
composição do indicador, a maior variação de preços foi da habitação, que
acelerou de 0,79% em maio para 1,67% em junho.
Segundo o IBGE, o aumento foi puxado pela energia elétrica
devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1, que é de R$ 4,169
a cada 100kWh consumidos, para vermelha patamar 2, cujo valor é de R$ 6,243.
A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que
tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara. Os valores
extras das bandeiras tarifárias são cobrados a cada 100 kWh consumidos.
Já o grupo de transportes respondeu pelo maior impacto sobre o
IPCA-15 do mês. Depois de registrar deflação de 0,23% em maio, este grupo teve
alta de 1,35% em junho, puxado pelo aumento de 3,69% nos preços dos
combustíveis.
A gasolina teve uma das menores altas de preços entre os combustíveis,
de 2,86%. Porém, ela é o item de maior peso sobre a inflação e já acumula alta
de 45,86% nos últimos 12 meses.
Meta de inflação e perspectivas
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%,
e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco
Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que agora
está em 4,25% ao ano.
A projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto da meta
de inflação para o ano. Os economistas das instituições financeiras elevaram
para 5,90% a estimativa de inflação em 2021, segundo pesquisa Focus
divulgada nesta segunda-feira, 21. pelo Banco Central.
O mercado elevou para 6,50% ao ano a previsão para a Selic no
fim do ano, o que pressupõe que haverá novas altas nos próximos meses. Para o
fim de 2022, os economistas mantiveram a expectativa para a taxa Selic em 6,50%
ao ano.
Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,78%.
No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente
cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
(*) Com informações do G1.
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