Biden anuncia doação global de vacinas; Brasil receberá doses via Covax Facility
![]() |
(Foto: Divulgação) |
O governo dos Estados Unidos anunciou
nesta quinta-feira, 3, os detalhes de seu plano para compartilhar pelo
menos 80 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 com o
resto do mundo até o final de junho, incluindo um plano específico para as
primeiras 25 milhões de doses.
O Brasil será beneficiado por meio de doses recebidas através
do consórcio internacional Covax Facility, aliança internacional
coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para acelerar o
desenvolvimento e a produção de vacinas contra o novo coronavírus e
garantir o acesso igualitário aos imunizantes.
Pelo menos 75% dessas vacinas doadas pelo governo de Joe
Biden serão compartilhadas com o consórcio Covax e 25% serão
compartilhadas diretamente com países necessitados, explicou a Casa Branca.
“Pelo menos 75% dessas doses – quase 19 milhões – serão
compartilhadas por meio da Covax, incluindo aproximadamente 6 milhões de doses
para a América Latina e o Caribe, aproximadamente 7 milhões para o Sul e
Sudeste Asiático e aproximadamente 5 milhões para a África, trabalhando em
coordenação com a União Africana e os Centros Africanos para o Controle e
Prevenção de Doenças", detalha o comunicado.
"As doses restantes, pouco mais de 6 milhões, serão
compartilhadas diretamente com os países que estão passando por surtos, aqueles
em crise, e outros parceiros e vizinhos, incluindo Canadá, México, Índia e
República da Coreia.”
Os EUA disseram que o objetivo da iniciativa é "preparar
o terreno" para uma maior cobertura global de vacinas contra a Covid-19.
"A alocação desta primeira parcela de doses doadas reflete o desejo dos
Estados Unidos de responder a todas as regiões e estabelecer as bases para um maior
fornecimento e acesso em todo o mundo."
Além disso, a Casa Branca diz que a prioridade é ajudar países
que ainda precisam imunizar profissionais da saúde – especialmente os que atuam
na linha de frente contra a pandemia – e outras populações vulneráveis à
doença.
“Estamos compartilhando essas doses não para garantir favores
ou extrair concessões. Estamos compartilhando essas vacinas para salvar vidas e
liderar o mundo para acabar com a pandemia, com a força do nosso exemplo e com
os nossos valores”, disse o governo Biden.
Doses destinadas ao Brasil
O total de doses de vacinas que serão destinadas ao Brasil
ainda não está claro – os EUA não informaram, separadamente, quantas unidades
serão destinadas por país.
O comunicado da Casa Branca, porém, diz que o país está no
grupo que receberá 6 milhões de unidades por meio da Covax. Além do Brasil,
essas unidades serão divididas por Argentina, Colômbia, Costa Rica, Peru,
Equador, Paraguai, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, Haiti e
outros países caribenhos, além da República Dominicana.
"As vacinas e as quantidades específicas serão
determinadas e compartilhadas à medida que o governo trabalhar por meio dos
parâmetros logísticos, regulatórios e outros específicos de cada região e
país", diz a nota do governo Biden.
"O compartilhamento de milhões de vacinas dos EUA com
outros países sinaliza um grande compromisso do governo. Assim como nos Estados
Unidos, agiremos o mais rapidamente possível, cumprindo os requisitos legais e
regulamentares dos EUA e do país anfitrião, para facilitar o transporte seguro
de vacinas através das fronteiras internacionais. Isso levará tempo, mas o
presidente instruiu o governo a usar todas as possibilidades para proteger os indivíduos
desse vírus o mais rápido possível."
EUA definirão países que receberão vacinas por meio da Covax
À Kaitlan Collins, da CNN, o Conselheiro de Segurança
Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que, em "última
instância", os EUA terão a autoridade para decidir quais países receberão
as primeiras 25 milhões de doses das vacinas.
Sullivan acrescentou que os EUA estão trabalhando com base em
uma lista de países do programa e fizeram seleções "em coordenação com o
consórcio, de modo que manter a palavra final em termos de para onde vão."
"Mas, no final das contas, os Estados Unidos terão
autoridade para dizer que essas doses estão indo para cá e não para lá. Mas
isso será feito em estreita consulta e parceria com a Covax", disse o
conselheiro.
Sullivan acrescentou que isso será feito de acordo com a
logística e entrega da Covax para "garantir que essas doses realmente se
traduzam imunizantes aplicados no braço das pessoas".
(*) Com informações da CNN.
Nenhum comentário