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Garimpeiros jogam bombas contra indígenas em 7º dia de ataques na Terra Yanomami

 


Garimpeiros atacaram mais uma vez a comunidade Palimiú, na Terra Indígena Yanomami, na noite desse domingo, 16, e a região teve o sétimo dia seguido de tensão. Desta vez, os invasores atiraram e jogaram bombas de gás contra os indígenas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 17, pela associação Hutukara e o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuanna (Condisi-Y).

Até o momento, não há informações sobre feridos. O ataque da noite desse domingo aconteceu por volta de 21h40. Indígenas que vivem em Palimiú relataram que os garimpeiros estavam a bordo de 15 barcos.

"Eram 15 barcos de garimpeiros se aproximando contra a comunidade. Os Yanomami disseram que além dos tiros, havia muita fumaça e que seus olhos estavam ardendo, indicando o disparo de bombas de gás lacrimogênio contra os indígenas."



"Os Yanomami estavam muito aflitos, e gritavam de preocupação ao telefone. Ao fundo, era possível escutar o som dos tiros. A situação era grave", divulgou a Hutukara em um ofício cobrando órgãos federais por segurança na região.

A informação sobre o novo ataque foi repassada por telefone ao vice-presidente da Hutukara, Dário Kopenawa, e ao presidente do Condisi-Y, Júnior Hekurari Yanomami, ainda na noite de domingo."Me ligaram por volta de 21h47 dizendo que tinham jogado bombas, que explodiram perto do posto de saúde. A bomba fazia muita fumaça. Agora que eles estão com mais medo ainda", relatou Hekurari.

Desde o último dia 10, quando houve um conflito armado entre garimpeiros e indígenas, a comunidade Palimiú tem sido alvo de ataques e intimidações. A Justiça Federal já determinou que a União envie tropas de segurança, o que não ocorreu, relatam os indígenas.

A Polícia Federal, no entanto, afirma que está com uma tropa do grupo de pronta intervenção de Manaus nos garimpos adjacentes à Palimiú. "O foco agora é desintrusão de garimpeiros". Agentes de Roraima aguardam as condições climáticas melhorarem para entrar na região.

Procurado, o Exército em Boa Vista ainda não se pronunciou sobre a a falta de segurança em Palimiú. Em nota, o Comando Militar da Amazônia, em Manaus, informou ter enviado um helicóptero para apoiar na logística e segurança da ação.

O Ministério Público Federal (MPF) disse que recorreu à Justiça para que aplique multa à União por descumprimento da ordem que obriga o envio de segurança ao povo Yanomami.

O ofício feito pela Hutukara nesta segunda foi o quarto, em uma semana, pedindo por segurança em Palimiú. O documento foi enviado à PF, MPF, Exército e Fundação Nacional do Índio (Funai). Procurada pelo G1, a Funai ainda não enviou resposta sobre o que tem feito na região."Reiteramos o pedido aos órgãos que atuem com urgência dentro de seu dever legal para impedir a continuidade da espiral de violência no local e garantir a segurança para a comunidade Yanomami de Palimiú, antes que conflitos de mais grave natureza ocorram."

(*) Com informações do G1

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