'Precisamos de um programa espacial forte', diz ministro Marcos Pontes sobre a necessidade de atração de investimentos privados
(Foto: Divulgação) |
À frente de um ministério cujo orçamento há anos vem sofrendo
cortes e contingenciamentos, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações,
Marcos Pontes, voltou a falar, nesta sexta-feira, 11, sobre a necessidade de
atração de investimentos privados para tirar do papel projetos estratégicos
para o desenvolvimento técnico-científico brasileiro.
“O orçamento do ministério vem caindo desde 2013 e, logicamente,
a pandemia não ajudou neste sentido. Muito pelo contrário. Não adianta
sentarmos e ficar lamentando, apontando o dedo para o lado. Podemos conversar
com o Ministério da Economia, com o Congresso, mas precisamos entender que a
dificuldade orçamentária é de todos os ministérios", declarou o ministro
ao participar, nesta manhã, da abertura do evento Estruturas para Viabilização
Financeira do Setor Espacial.
Organizado pela Secretaria Nacional de Estruturas Financeiras
e de Projetos, do ministério, o seminário foi anunciado como um evento
destinado a “pensar alternativas para o financiamento de projetos e sistemas
espaciais tendo em vista um cenário de restrições orçamentárias”.
“Precisamos de um programa espacial forte”, acrescentou o
ministro, enfatizando que países do porte brasileiro, que começaram a investir
no setor aeroespacial quase que na mesma época, vêm alcançando resultados mais
efetivos, colhendo os frutos econômicos e sociais de seus investimentos no
setor.
“Nosso programa espacial é bastante antigo. Começamos juntos
com a maior parte destes países, mas, durante décadas, nosso programa vem dando
saltos de galinha. Tenta decolar, mas não consegue”, lamentou o ministro,
primeiro brasileiro a participar de uma viagem espacial, em 2006. “E não
consegue porque nunca recebeu prioridade adequada por parte de outros governos.
Nunca teve estrutura de financiamentos adequada. E posso dizer isso por todo o
tempo que participo do nosso programa.”
Ao destacar que os investimentos em pesquisa aeroespacial
geram resultados para setores vitais, como as telecomunicações, Pontes disse
que elegeu o programa espacial como uma das prioridades do ministério durante
sua gestão. Ele elencou avanços, como a assinatura, com o governo
norte-americano, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permite o
lançamento de satélites com tecnologia norte-americana a partir da Base de
Alcântara (MA).
“Começamos com a missão de aprovar o acordo que viabilizaria o
centro aeroespacial de Alcântara comercialmente. Foi o começo de uma trajetória
que se segue com o lançamento de quatro satélites e uma série de avanços”,
disse o ministro, garantindo que a equipe ministerial vem procurando proteger,
das restrições orçamentárias, as unidades de pesquisa vinculadas.
“Temos contingenciamentos, restrições, bloqueios, cortes, mas
dentro do que coloca a lei orçamentária, temos protegido o orçamento das
unidades de pesquisa desde 2019, quando cheguei ao ministério. Nós as
protegemos, assim como às bolsas do CNPQ [Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico], transferindo os cortes e restrições para os setores
administrativos do ministério”, destacou o ministro.
(*) Com informações da Agência Brasil.
Nenhum comentário