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Garimpeiros afundam canoa com crianças e jovens indígenas que pescavam na Terra Yanomami

 


Garimpeiros afundaram uma canoa com jovens e crianças indígenas, em uma nova intimidação na região de Palimiú, que vive uma sequência de conflitos desde o dia 10 de maio. Não houve feridos. A informação foi divulgada nessa sexta-feira, 18, pela Hutukara Associação Yanomami (HAY).

O caso aconteceu na tarde desta quinta-feira, 17, na comunidade Tipolei, às margens do rio Uraricoera, trajeto usado pelos invasores para chegar nos acampamentos dentro da floresta.

Conforme a Hutukara, cinco garimpeiros aceleraram o motor do barco contra a canoa usada por dois jovens e seis crianças Yanomami, que pescavam no rio. Com o impacto, a embarcação afundou. Os indígenas precisaram nadar e, com medo, se esconderam na mata.

"Os jovens e crianças conseguiram fugir pelo rio e pela mata, enquanto ouviam os garimpeiros, chamando por eles, oferecendo bolachas e alimentos. Assustados com o ataque e temendo por suas vidas, os Yanomami fugiram até Yakepraopë".

O relato dos indígenas foi enviado em ofício à Fundação Nacional do índio (Funai), à Superintendência da Polícia Federal em Roraima, 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército (1ª BIS) e ao 7º Ofício do Ministério Público Federal do estado (MPF). O G1 procurou os órgãos e aguarda retorno.

No documento, o vice-presidente da Hutukara, Dário Kopenawa, pede com urgência que o poder público atue de forma "sistemática e permanente", para impedir o avanço do garimpo e garanta "a segurança nas comunidades" na Terra Yanomami.

Na última segunda-feira, 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública na Terra Yanomami. Porém, a região não foi informada. A portaria, publicada no Diário Oficial da União, tem validade de 90 dias e pode ser prorrogada.

Já na quarta-feira, 16, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos favoráveis a determinar ao governo federal adoção imediata de medidas necessárias para garantir proteção da vida, da saúde e da segurança das populações indígenas nas terras Yanomami e Munduruku, no Pará, que também sofre com uma onda de ataques de garimpeiros.

(*) Com informações do G1

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