Homem é preso em RR por matar mulher e dizer que vítima estava possuída pelo Canaimé, espírito maligno indígena
Um vaqueiro, de 50 anos, foi preso nesta terça-feira, 11, suspeito de matar uma mulher no Bonfim, ao Norte de Roraima. O caso foi há um ano. À época, ele disse que havia cometido o crime para se defender do ataque do Canaimé, um espírito maligno da crença indígena, conforme a Polícia Civil.
O crime aconteceu em janeiro do ano passado, na Comunidade Indígena Pium, região da Cachoeira do Sapo. O corpo foi encontrado sem cabeça, boiando às margens do rio Tacutú. A mulher não foi identificada.
Inicialmente, o vaqueiro informou à Polícia Civil que o corpo era de um homem guianense conhecido apenas como "Jhonata". No entanto, após análise do Instituto Médico Legal, foi descoberto que a vítima, na verdade, era uma mulher.
Segundo o delegado Alberto Alencar, responsável pela investigação, há a suspeita que a mulher foi estuprada e morta pelo vaqueiro.
"O que pode ter acontecido é que ele estuprou uma mulher, provavelmente de nacionalidade guianense. Não existe nenhum registro de desaparecimento de brasileira ou guianense aqui no Bonfim, ou de qualquer comunidade que possa ter atravessado o rio. E, para esconder o crime, ele falou das lendas do Canaimé, um homem transvestido de uma onça", pontuou o delegado.
O Canaimé, segundo a crença indígena, é um espírito maligno que se apodera de qualquer pessoa e a transforma em monstro ou qualquer animal para fazer o mal.
Durante as investigações, o vaqueiro foi chamado para um novo interrogatório, no entanto, não foi localizado na região. Por conta disso, o delegado representou pela prisão preventiva que foi deferida pela Justiça.
O homem foi preso na Comunidade do Sapo, na fronteira com a Guiana. Ele foi enviado a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), região Rural de Boa Vista.
A prisão foi realizada durante a Operação Hórus/VIGIA, força-tarefa de combate aos crimes transfronteiriços, às organizações criminosas e o tráfico de drogas em Roraima, e integrada pela Polícia Civil, Polícia Militar, pela Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
(*) Com informações do G1

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