Famílias de vítimas brasileiras do voo AF447 comemoram decisão de corte francesa
(Foto: Divulgação) |
Nesta quarta-feira, 12, o líder da Associação dos Familiares
das Vítimas do Voo AF447 afirmou que a decisão de um tribunal francês de
reverter um entendimento de 2019 de não apresentar acusações contra Air
France e a Airbus ajuda a trazer conforto para as famílias dos
mortos no acidente.
“Penso que ninguém vai ser punido. Os diretores, os
funcionários (das empresas) mudaram, é isso que a gente não se conforma. Mas
vamos ver o que vai acontecer", afirmou à veículo CNN, Nelson
Marinho, pais de um entre os 228 mortos no acidente.
Por telefone, ele – que tem duas filhas que vivem na França
– relembrou que estavam a bordo do voo passageiros de 32 nacionalidades –
incluindo 58 brasileiros.
No Brasil, a legislação impede que empresas respondam
criminalmente por delitos como homicídios. Mesmo assim, de acordo com Marinho,
a associação requereu, ainda em 2009, uma investigação junto à Polícia Federal
e à Procuradoria Geral da República (PGR).
Até agora, de acordo com o líder da associação, não houve
conclusões. A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo AF447 acredita que
não houve falha humana, mas sim falhas mecânicas da aeronave.
A CNN entrou em contato com o Itamaraty e com a
Procuradoria Geral da República, mas não obteve retorno.
Novo entendimento do tribunal
O Tribunal de Apelação
da França reverteu uma decisão de 2019 e determinou que as Air France e
Airbus respondam por "homicídio culposo" no caso da queda do vôo
447, na manhã desta quarta-feira, 12.
A aeronave, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris em 1º de
junho de 2009, caiu no Oceano Atlântico e matou todos os passageiros e
tripulantes a bordo.
Segundo informações da Reuters, a investigação francesa
indicou que a tripulação lidou mal com a perda recorrente de dados de
velocidade de sensores bloqueados com gelo, o que teria causado a perda de
sustentação da aeronave e a consequente queda.
À Reuters, advogados da Air France e da Airbus alegaram que
vão recorrer da decisão e tentar anulá-la perante o Tribunal de Cassação
Francês, a mais alta corte de apelação do país.
Ao site, a Air France informou que a companhia não cometeu
nenhum crime. Em nota, a empresa disse que "reafirma sua confiança em
todos os seus pilotos e tripulantes e reforça que a segurança de seus clientes
e funcionários é sua prioridade absoluta" e "sempre se lembrará das
vítimas desse terrível acidente".
(*) Com informações da CNN.
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