Após ser devolvido para ONG, cachorro é 'contratado' e ganha até crachá
Um cachorro de apenas 7 meses deu a volta por cima depois de ser adotado e devolvido a uma ONG de Guararema. Assistente, mais conhecido como Assis, foi “contratado” pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade e ganhou até um crachá de funcionário.
Segundo a Prefeitura, o mascote tem auxiliado nos atendimentos aos pacientes, brincando, fazendo carinho e ajudando no estabelecimento de vínculos de cuidado, afeto e responsabilidade. Ele ainda participa de reuniões administrativas.
De acordo com Jéssica Falco, assessora de saúde mental e coordenadora do CAPS, a ideia de adotar um cãozinho na unidade surgiu há pouco mais de um ano. O objetivo era ter um companheiro que pudesse ajudar nos trabalhos. Porém, com a pandemia, o plano precisou ser adiado.
Em fevereiro desse ano, ela viu nas redes sociais de uma ONG que o cachorrinho, até então chamado de Ursão, estava a procura de um novo lar. Jéssica entrou em contato e logo ele foi adotado. Ganhou o nome de Assistente e acabou virando o xodó dos funcionários e pacientes.
No entanto, a vida de Assistente nem sempre foi fácil. De acordo com Iara Rodrigues dos Santos, responsável pela ONG Ampara, onde ele viva, o cãozinho chegou a ser adotado e devolvido, porque a tutora resolveu trocá-lo por uma fêmea. Situação que, segundo ela, não é incomum.
“Ele veio, nós vermifugamos, vacinamos. Quando ele estava na primeira dose da vacina, uma pessoa quis um cachorrinho para a filha, peludinho. Eu doei o cachorro e voltei para dar o resto das vacinas. Mas, quando eu voltava, eu não ficava feliz com o que eu via. Não estavam dando ração de qualidade, ele não estava tão bem cuidado”.
“Quando fui dar a última dose da vacina, eu conversei com a mulher, que disse que estava tudo bem. Logo em seguida, ela me mandou uma mensagem dizendo que a filha não gostava muito dele, que queria trocar por uma fêmea. Era tudo que eu precisava. Busquei ele, muito brava, mas trouxe para cá”, relembra.
Revoltada, a filha de Iara fez uma publicação nas redes sociais para relatar a devolução do mascote. O post foi visto pela coordenadora do CAPS, que ficou interessada em adotá-lo. Segundo a responsável pela ONG, a mãe e uma irmã de Assis já ganharam um novo lar, enquanto outros três irmãos seguem à espera.
“Minha filha, que mexe no Instagram, soltou um post sobre ele. Como ele sempre foi muito fofo, muito bonachão, peludão, nada a ver com a mãe, com os irmãos... Foi quando a Jéssica viu. Em seguida eu castrei e ela adotou ele”.
“Agora ele está lá, todo pimpão de crachá. Ele é muito querido. Eu falo que até emprego ele arrumou nessa pandemia”, brinca Iara.
Atualmente a ONG Ampara conta com cerca de 140 animais, entre cães e gatos. Em 18 anos, segundo Iara, foram mais de 2 mil animais castrados e doados. O trabalho é apoiado pela Prefeitura, mas a entidade também conta com a realização de bazares e sorteios, por exemplo, para complementar a renda.
A expectativa é de que os outros animais tenham destinos tão felizes quanto o do Assistente. “Estamos na luta, fazendo o que dá. Temos as pessoas que apadrinham mensalmente e assim a gente vive. Como toda ONG que se houve, é uma luta só, mas graças a Deus estamos de pé e a gente corre atrás”, conclui.
(*) Com informações do G1
Nenhum comentário