Politização das Forças Armadas preocupa muito, afirma general da reserva
General da reserva do Exército Francisco Mamede de Brito Filho. (Foto: Divulgação/CNN) |
Em entrevista a CNN, o general da reserva do Exército,
Francisco Mamede de Brito Filho, afirma que a saída do ministro da
Defesa Fernando Azevedo e Silva e a consequente demissão dos chefes do
Exército, Marinha e Aeronáutica mostram que as Forças Armadas não pretendem
atender vontades políticas.
"A politização das Forças Armadas preocupa muito a todos
que pertencem à instituição. Quando a gente começa a ver a mensagem de que há
intenção do presidente de envolver as Forças Armadas em projeto de governo, há
uma sensação de intranquilidade", explica.
Para Mamede, há uma tentativa de Jair Bolsonaro (sem partido)
de "arrastar" as Forças Armadas para o ambiente político. "No
ano passado, quando ele participa de uma manifestação que defende ideias
antidemocráticas e inconstitucionais na frente do quartel general do Exército,
deixa muito clara a tentativa de envolver as Forças Armadas nos projetos
políticos dele".
Caso o plano seja realmente esse, o presidente ficará
frustrado, aposta. "Se é essa a intenção, ele não terá sucesso, como não
teve com os que deixaram os cargos agora. O alto comando está muito coeso e
solidário a reagir a qualquer tentativa nesse sentido.
O general lamenta a falta de uma explicação para a mudança
feita. "Diante de um silêncio, começam a acontecer especulações, o que não
é saudável para uma sociedade democrática. Ouvir a palavra do presidente seria
melhor. Agora se o ministro da Defesa sabe, poderia vir a público dizer. O
silêncio muitas vezes é adotado para evitar a ampliação de uma crise. Pode ser
que os motivos, vindo a público, possam gerar uma crise maior", opina.
(*) Com informações da CNN Brasil.
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