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'Ela jogou a menina no buraco de sete metros' diz avó de criança agredida pela madrasta

 


“Ela pegou a menina e levou pra lá [pra fora da casa]. Aí jogou a menina lá no buraco, de uns sete metros”, relembrou a sogra da mãe da menina de seis anos agredida em Porto Real (RJ). A mulher, de 50 anos, testemunhou as cenas de tortura da criança. As suspeitas do crime são a mãe da vítima, de 27 anos e a companheira dela, de 25.

“A mãe dela ‘corrigiu’, mas não bateu muito não. Só deu uma chinelada e pôs ela [criança] de castigo. Aí minha filha não se contentou. Minha filha já tinha bebido bastante álcool e falou assim: ‘se você não bater nela, eu vou bater’. Na hora que eu levantei pra falar ‘não’, minha filha falou: ‘não se mete’. Aí voltei pra trás. Ela pegou a menina e levou pra lá [pra fora da casa]. Aí jogou a menina lá no buraco, de uns sete metros. A mãe dela [criança] tentou segurar ela e caíram as duas. [Depois disso] Ela bateu, bateu e bateu na menina, aí trouxe a menina pra dentro [de casa].”, relatou a sogra.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, as agressões começaram na última sexta-feira, 16, e seguiram até a madrugada de segunda, 19, quando a criança "ficou agonizando até amanhecer" e a mãe resolveu chamar o Samu.

Ainda de acordo com a polícia, nesse período, a menina não foi devidamente alimentada, recebeu socos, empurrões, pisões, pontapés e sofreu lesões provocadas por um fio de TV, que foi usado como chicote. O fio foi apreendido como instrumento do crime.

Local onde a menina foi jogada pela madastra


A mãe da menina e a companheira dela foram presas e irão responder por tortura. A sogra dela também prestou depoimento e foi autuada por omissão de socorro. Ela, que vai responder em liberdade, alega que foi ameaçada pela filha caso tentasse fazer algo para socorrer a criança.

“Escutei ela pegar a menina, batendo na parede, batendo a cabeça da criança na parede, fazendo um barulhão. Eu não podia fazer nada, porque, se eu fizesse, minha filha já tinha avisado: ‘se a senhora sair daqui pra chamar o vizinho pra socorrer, eu vou matar a senhora’. Eu pensei e agora, como eu vou fazer? [...] Ela pegou meu celular”.

“[Depois da agressão] Minha filha falou que ia deixar eu levar a menina pro hospital, mas não queria que eu contasse a verdade pro médico. A mãe da criança continuou mentindo para a polícia, dizendo que caiu um caibro na cabeça da criança”

Agressões motivadas por ciúmes
De acordo com a polícia, a mãe da menina e a companheira confessaram o crime, que teria sido motivado por ciúmes.

"A companheira começou a sentir ciúmes da criança, o que foi piorando o relacionamento, até [chegar] agora às agressões", contou o delegado titular de Porto Real, Marcelo Nunes Ribeiro.

"A mãe da criança alega que, por volta de outubro do ano passado, a companheira começou a sentir ciúmes da criança e começou a maltratar tanto a mãe como a criança. Começou a fazer algumas agressões contra a criança, no que veio a culminar, na última sexta-feira, a essa série de agressões".

As duas mulheres foram presas na segunda após a criança dar entrada no Hospital de Porto Real e a equipe médica acionar as autoridades.

A menina foi transferida em estado gravíssimo para a cidade vizinha Resende (RJ) para receber atendimento médico especializado. Nesta terça-feira, 20, a menina estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Neovida Resende, que funciona anexo ao Samer Hospital.

Procurada pelo G1, a unidade disse que a menina continuava viva, mas o estado de saúde dela não foi divulgado até a publicação desta reportagem.

(*) Com informações do G1

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